quarta-feira, 18 de novembro de 2009

a consistente descontinuidade

Com sono, encostado na cadeira, me ponho a divagar com a mente errante. Meus pensamentos passeiam no ar pesado da noite sem vento à espera da chuva que se aproxima. Alguns raios e trovões rasgam o tom laranja escuro do céu de novembro. Em mim, o silêncio. A consistência. Tudo são possibilidades construídas através de escolhas. É sempre mais fácil saber para onde ir quando se ouve a voz do coração.... bom, mas o que sei eu sobre a vida? Não mais do que é possível saber... os mecanismos básicos de funcionamento... a observação de alguns padrões... um pouco de conhecimento e, sobretudo, uma profunda admiração pelo mistério que constitui a maior parte do que fomos, somos e seremos...e seremos serenos se aceitarmos nossa absoluta insignificância frente ao todo... do 8 nasce a representação do infinito... somos apenas mais um fio na intrincada teia da imensidão... uma inusitada mistura de humano com deus... e aqui, nesse panorama tão singular, inúmeros caminhos se revelam.. como flores desabrochando no campo... poesia urbana na avenida.. pequenas histórias.. cantos ao luar... tragédias, comédias, tangos... momentos... muitos momentos..


...silêncio...


grilos na rua.... vento nos galhos... janela batendo

...começa a chuva lá fora, lavando a alma.. levando embora o que não é mais necessário..

.. vou me deitar para ouvir a sinfonia das gotas e dormir com o cheiro de terra molhada...


Salve a consistente descontinuidade da existência!


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