sábado, 28 de fevereiro de 2009

Navegar é (im)preciso

Conforme se conforma

Vai perdendo sua forma

Deixando-se levar

Deixando-se fundir

Deixando-se esquecer

 

A multidão está só

Seguindo seu rumo

Sem rosto

Sem alma

Sem arte

 

Resistir é preciso

Manter-se impreciso

Navegar insistente

Contra a corrente

Até a própria nascente 



quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Por la carretera

A estrada é sedutora e insinuante
Fogosa como uma grande amante
Daquelas que vivemos a sonhar
Esperando a hora de reencontrar

Por suas curvas já me achei e me perdi
Fascinado por tudo que ainda não vi
Um êxtase em meus sentidos, novidades
Um brinde ás infinitas possibilidades



Vídeo: escuchando Manu Chao en algun lugar del uruguay - 2009

No alto do morro verde

Sentado no alto do morro verde

Admiro o crepúsculo descendo no campo

Enfeitiçado pela sublime alegria

De ter o universo todo dentro da alma

 

No ar a bela sinfonia dos pássaros

Misturada com devaneios humanos

Dá um tom colorido para uma tarde cinza

Iluminada por sorrisos radiantes

 

É uma celebração sem data festiva

Momentos de felicidade etérea

Elevando a mente e a consciência

Para um êxtase dos sentidos

 

Proponho um brinde à amizade verdadeira

À forma mais íntegra de felicidade

Escondida na plenitude simples da existência 

sábado, 21 de fevereiro de 2009

solymar


Lá onde se vê o sol...
...caíndo na água dourada...
...alegria no peito...
...enche meus olhos...
...é disso que somos feitos!





sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O sonhador

Eu tenho uma visão, uma esperança
Uns chamam de loucura
Outros de utopia, demagogia
Eu chamo de sonho

Um pequenino e inocente sonho meu
Um sonho de um novo mundo
Ou uma nova forma de ver o velho
Reinventar, ou começar de novo
O efeito é o mesmo, movimento
Mudança, cambio, (r)evolução

Esse novo mundo tem como base valores humanos
Respeito às diferenças, compreensão
Pessoas buscando se conhecer
Se aceitar, encontrar seu próprio caminho
Assumindo sua individualidade
Sua responsabilidade no processo evolutivo

E lá, por serem humildes e generosos,
Os habitantes desse lugar não se acham maiores que ele
Não havendo uma relação de exploração com o planeta
Todos são parte da natureza e têm consciência
Que deus está dentro de cada um
E que a felicidade está muito mais próxima do que parece
Contida na simplicidade de um sorriso franco, de uma palavra amiga,
Da contemplação de um por do sol, da lua cheia
Do mar, do ar, da montanha, do céu
Das infinitas possibilidades

Porque lá o que realmente gostamos são das coisas naturais
Que têm inestimável valor e nenhum custo
Pois o quanto você tem não é medida de sucesso
E sim aquilo que você faz, quem você é

Ah e esse mundo sem nome
Esse mundo...
É um mundo muito louco
Para aqueles que vendaram seus corações
E compraram seu lote de pseudo felicidade
No reino frenético do consumo
Então se você sonha comigo, cuidado!
Algumas pessoas podem ficar agressivas
Ao verem seu castelo de areia desmanchando
Diante de seus olhos pouco acostumados
A ver uma luz que não seja o brilho do ouro
Portanto tenhamos paciência, o processo é lento
E nem todos estão prontos para simplificar suas vidas


Esse é meu sonho, um sonho de liberdade
E eu te convido a sonhá-lo junto


Fevereiro de 2009

(re) nascido

Sob a luz incandescente uma figura imóvel está sentada na cadeira olhando a memória, assistindo o filme que conta a história de sua vida... composta por suor, sorrisos e respeito... sempre fora ótimo em inventar narrativas, criar fantasias, refazer o mundo à sua maneira... era praticante convicto da arte do sonho, vulgo sonhador, e com a mente voava distâncias. Estava procurando uma fuga da realidade, da real cidade, da simplicidade. Observava o mundo girando conectado aos satélites, aquilo sim era loucura. Afinal porque trabalham tanto? Porque jogam suas vidas na rotina? Porque se deixam dominar tão facilmente, seduzidos pelo brilho da prata, vendendo a alma ao diabo por esmolas... Ao olhar para a imensidão do universo, como pode o ser humano achar que está sozinho? Somente tamanho egoísmo poderia explicar a origem da ganância, essa petulância de achar que riqueza é acumulo de capital. De que adianta ter tanto dinheiro se no fim dos dias vamos todos ao mesmo lugar, ficaremos todos iguais, reduzidos ao pó? Ele ria... se um dia fosse vender sua alma não seria por dinheiro, nem por poder. Isso era secundário, um jogo mundano que não fazia sentido, já que para ele a verdadeira fortuna é a sabedoria capaz de te libertar (e ser livre é sua única chance de ser feliz..)

No reflexo do espelho via a si mesmo, seria ele visto da mesma maneira pelos outros? Ao silenciar a mente parado por alguns instantes sentia vontade de transformar, deformar, recriar.... Refazendo aquilo que é inédito para mais uma vez renascer 

Abril de 2008

Reticências

reticências distanciam frases.... separando momentos....

definindo um ritmo..... construções inacabadas.....

idéias sem rumo... pairando... esperando complemento...

tempo para pensar.....  elaborar.... digerir....

pontos que simbolizam pausas.....

...a linguagem no compasso do silêncio....

através da qual muito se fala.. sem nada dizer.....

ausência de expressões verbais...

... . .... assimetria... . ...

significado quieto contido nas reticências mudas...

...................... sem palavras......

............. com significados.........

.... reticências...

.. puras

. simples


Março de 2008

Ponto de Vista

São milhares de rostos

E eles passam...

E eu sentado no banco do parque

Ouvindo os passos...

 

Andando me movo junto

Sou mais um a zunir pela cidade

Estático mudo a referência

E observo quieto o movimento elétrico

Que me dá vontade de gritar

Como se minha voz fosse o vento

Que tudo toca sem nada encostar

Para dizer em nítido som e presença

Que nada disso existe...

Que a ilusão se tornou realidade...

 

Enquanto isso dou risadas de meu ego

Que desesperadamente me chama

Através de pensamentos sem controle

Exigindo como uma criança mimada

Que eu vá para casa trabalhar

Não, hoje não vai me afetar...

 

E eu continuo aqui imóvel

Olhando tudo passar

E sentindo o calor do sol

Que dissolve todo o concreto

Dentro de mim, sem fim...

Imerso no eterno presente

 

Assim, por alguns instantes delirantes

A babilônia antes trágica

Ganha contornos mágicos

Em uma tarde qualquer de sábado

Sorvendo um mate amargo

E rindo da humanidade

 

Tudo depende do ponto de vista

 

Setembro de 2008

(In)versão

Esse texto não tem rimas

Não tem regras

Nem ritmo definido

 

Melhor seria chamá-lo de "antitexto"

Antítese poética

Fonte de perturbação

Contrário do contrário

 

Pura ausência declarada de conceitos

Por mero exercício de estilo

 

Parquinho de palavras

Lúdica lírica

Passeio em um domingo verbal

 

Ao brincar com formas e pontuações

Eu percebi algo curioso

É divertido ver como a simetria incomoda uns

Confortando outros...

Assim como a anarquia agrada o independente

E causa temor ao ser do rebanho

De qualquer jeito...

O exercício da crítica pelo oposto

Ou a destruição sem construção

É vazia como um botijão sem gás...

Nunca irá incendiar nada!


Aqui parado refletindo

Olhando para meus pensamentos

Por vezes desconexos e caóticos

Por vezes organizados e lógicos

Vejo a forma como um meio

Que leva as palavras e idéias ao leitor

E sendo essa uma discussão sobre meios e fins

Me ausento de ter posição

Como quem foge da guerra por não ter tesão

 

Fico sentado em cima do muro

Achando que tanto fez como tanto faz

... sou admirador convicto da diversidade!!!

 

Abril de 2008

BIg Bang

Hoje é o primeiro dia deste blog
Nascido ás vésperas de mais um carnaval

Meu desejo é simples
Compartilhar palavras, sonhos
Reflexões, viagens, devaneios
E pedaços soltos da caminhada

Espero que tenha vida longa
E que seja apreciado
Sejam bem vindos

SALUDO!