São milhares de rostos
E eles passam...
E eu sentado no banco do parque
Ouvindo os passos...
Andando me movo junto
Sou mais um a zunir pela cidade
Estático mudo a referência
E observo quieto o movimento elétrico
Que me dá vontade de gritar
Como se minha voz fosse o vento
Que tudo toca sem nada encostar
Para dizer em nítido som e presença
Que nada disso existe...
Que a ilusão se tornou realidade...
Enquanto isso dou risadas de meu ego
Que desesperadamente me chama
Através de pensamentos sem controle
Exigindo como uma criança mimada
Que eu vá para casa trabalhar
Não, hoje não vai me afetar...
E eu continuo aqui imóvel
Olhando tudo passar
E sentindo o calor do sol
Que dissolve todo o concreto
Dentro de mim, sem fim...
Imerso no eterno presente
Assim, por alguns instantes delirantes
A babilônia antes trágica
Ganha contornos mágicos
Em uma tarde qualquer de sábado
Sorvendo um mate amargo
E rindo da humanidade
Tudo depende do ponto de vista
Setembro de 2008