sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Ponto de Vista

São milhares de rostos

E eles passam...

E eu sentado no banco do parque

Ouvindo os passos...

 

Andando me movo junto

Sou mais um a zunir pela cidade

Estático mudo a referência

E observo quieto o movimento elétrico

Que me dá vontade de gritar

Como se minha voz fosse o vento

Que tudo toca sem nada encostar

Para dizer em nítido som e presença

Que nada disso existe...

Que a ilusão se tornou realidade...

 

Enquanto isso dou risadas de meu ego

Que desesperadamente me chama

Através de pensamentos sem controle

Exigindo como uma criança mimada

Que eu vá para casa trabalhar

Não, hoje não vai me afetar...

 

E eu continuo aqui imóvel

Olhando tudo passar

E sentindo o calor do sol

Que dissolve todo o concreto

Dentro de mim, sem fim...

Imerso no eterno presente

 

Assim, por alguns instantes delirantes

A babilônia antes trágica

Ganha contornos mágicos

Em uma tarde qualquer de sábado

Sorvendo um mate amargo

E rindo da humanidade

 

Tudo depende do ponto de vista

 

Setembro de 2008

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