sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

(re) nascido

Sob a luz incandescente uma figura imóvel está sentada na cadeira olhando a memória, assistindo o filme que conta a história de sua vida... composta por suor, sorrisos e respeito... sempre fora ótimo em inventar narrativas, criar fantasias, refazer o mundo à sua maneira... era praticante convicto da arte do sonho, vulgo sonhador, e com a mente voava distâncias. Estava procurando uma fuga da realidade, da real cidade, da simplicidade. Observava o mundo girando conectado aos satélites, aquilo sim era loucura. Afinal porque trabalham tanto? Porque jogam suas vidas na rotina? Porque se deixam dominar tão facilmente, seduzidos pelo brilho da prata, vendendo a alma ao diabo por esmolas... Ao olhar para a imensidão do universo, como pode o ser humano achar que está sozinho? Somente tamanho egoísmo poderia explicar a origem da ganância, essa petulância de achar que riqueza é acumulo de capital. De que adianta ter tanto dinheiro se no fim dos dias vamos todos ao mesmo lugar, ficaremos todos iguais, reduzidos ao pó? Ele ria... se um dia fosse vender sua alma não seria por dinheiro, nem por poder. Isso era secundário, um jogo mundano que não fazia sentido, já que para ele a verdadeira fortuna é a sabedoria capaz de te libertar (e ser livre é sua única chance de ser feliz..)

No reflexo do espelho via a si mesmo, seria ele visto da mesma maneira pelos outros? Ao silenciar a mente parado por alguns instantes sentia vontade de transformar, deformar, recriar.... Refazendo aquilo que é inédito para mais uma vez renascer 

Abril de 2008

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